O número de línguas atualmente estimado e catalogado na Nigéria é 521. Esse número inclui 510 línguas vivas, duas segundas línguas sem falantes nativos e 9 línguas extintas. Em algumas regiões da Nigéria, grupos étnicos falam mais de uma língua. A língua oficial da Nigéria é o inglês, a antiga língua colonial, foi escolhida para facilitar a unidade cultural e linguística do país. As principais línguas faladas na Nigéria são Hausa, Igbo, Yorubá, Edo, Efik, Ibibio e Annang, Adamawa Fulfulde, Idoma, e Central Kanuri. As línguas Annang/Efik/Ibibio são de fato três dialetos da mesma língua, quando adicionadas em conjunto, elas formam a quarta maior língua nigeriana. Apesar de que, a maioria dos grupos étnicos preferem comunicar-se em suas próprias línguas, Inglês, sendo a língua oficial, é amplamente utilizada para a educação, transações comerciais e para fins oficiais. Inglês, no entanto, continua a ser exclusivo e preservado por uma pequena minoria da elite urbana do país, e não é falado em áreas rurais. Com cerca de 75% da população da Nigéria, nas zonas rurais, as principais línguas de comunicação no país permanecem línguas tribais, com as mais faladas sendo Hausa, igbo e Yorubá. A minoria de estrangeiros falam suas próprias línguas além do Inglês e/ou grandes línguas nativas como sua segunda língua.
A diversidade linguística da Nigéria é um microcosmo da África como um todo, englobando três grandes famílias de línguas africanas: as Línguas afro-asiáticas, Línguas nilo-saarianas, e as Niger-Congo-A um ramo da família Níger-Congo. A Nigéria também tem uma língua não classificável, Cen tuum, falada por um pequeno número de pessoas idosas entre os Cham no estado Gombe. Isto pode representar uma intrigante relíquia de uma diversidade maior mesmo antes da extensão das famílias de língua atuais.
As Línguas nigero-congolesas predominam no centro e sul da Nigéria; os principais ramos que estão representados na Nigéria são: Mande, Atlantic, Gur, Kwa, Benue-Congo e Adamawa-Ubangian. Mande está representada pela Busa cluster e Kyenga na região noroeste. Fulfulde é a única língua Atlantic, de origem Senegambiana mas agora é falada por pecuaristas em toda a Sahel e em grande parte, no Norte da Nigéria pelos Fulani (às vezes Fulbe) diáspora. As línguas Ijoid são faladas em todo o Delta do Níger, e incluem ijo (Ijaw), Kalabari e o intrigante resquício da língua, Defaka, enquanto a língua Ibibio é falada em toda a parte litoral sudeste da Nigéria e inclui Efik, Annang, Oron, Eket, e Ikot Abasi. A única língua Gur falada é Baatọnun, no Noroeste. As línguas Adamawa–Ubangian são faladas entre a Nigéria central e a República Centro Africana. Suas representantes ocidentais na Nigéria são as línguas Tula-Waja. As línguas Kwa são representadas pelo grupo Gun no extremo sudoeste, que é filiada às línguas Gbe, em Benin e no Togo.
A classificação das demais línguas é controversa; Joseph Greenberg classificou aqueles sem classes de substantivo, tais como Yorubá, Igbo, e Ibibio (Efik, Ibibio, e Annang), como 'Kwa Oriental' e aquelas com classes como 'Benue-Congo'. Esta foi revertida em uma influente publicação em 1989 e refletiu sobre o mapa das línguas em 1992, onde todas estas foram consideradas Benue-Congo. A opinião recente, contudo foi, que não é mais para reverter à distinção de Greenberg. A literatura deve ser assim lida com cuidado e devido respeito pela data. Deve ser observado que existem vários pequenos agrupamentos linguísticos na área de Confluência do Níger, nomeadamente Ukaan, Akpes, Ayere-Ahan e Ọkọ, cuja inclusão nesses agrupamentos nunca foi satisfatoriamente argumentada.
Os iorubás ou iorubas (em iorubá: Yorùbá), também conhecidos como ou yorubá (io•ru•bá) ou yoruba, são um dos maiores grupo étno-linguístico ou grupo étnico na África Ocidental,9 composto por 30 milhões de pessoas em toda a região.10 Constituem o segundo maior grupo étnico na Nigéria, com aproximadamente 21% da sua população total.11
A maioria dos iorubás falam a língua iorubá (iorubá: èdèe Yorùbá ou èdè). Vivem em grande parte no sudoeste do continente; também há comunidades de iorubás significativas no Benim, Togo, Serra Leoa, Cuba, Republica Dominicana e Brasil. Os iorubás são o principal grupo étnico nos estados de Ekiti, Kwara, Lagos, Ogun, Ongo, Osun, e Oyo. Um número considerável de iorubás vive na República do Benim, ainda podendo ser encontradas pequenas comunidades no campo, em Togo, Serra Leoa, Brasil, Republica Dominicana e Cuba.
Bem como tendo acesso ao mar, eles compartilham fronteiras com os Borgu (variadamente chamados Bariba e Borgawa) no noroeste, os Nupe (que eles chamam muitas vezes, "Tapa") e os Ebira no norte, os Edo que também são conhecidos como Bini ou povo benim (não-relacionado com o povo da República do Benim), e os Ẹsan e Afemai para o sudeste. Os Igala e outros grupos relacionados, encontram-se no nordeste, e os Egun, Fon, e outros povos de língua Gbe no sudoeste. Embora a maioria dos iorubás vivam no oeste da Nigéria, há também importantes comunidades yorubás indígenas na República do Benim, Gana e Togo.12
A maioria dos iorubás é cristã, com os ramos locais das igrejas Anglicana, Católica, Pentecostal, Metodista, e nativas de que são adeptos. O islamismo inclui aproximadamente um quarto da população iorubá, com a tradicional religião iorubá respondendo pelo resto. Os iorubas têm uma história urbana que data de 500 d.C. As principais cidades iorubás são Lagos, Ibadan, Abeokuta, Akure, Ilorin, Ogbomoso, Ondo, Ota, Shagamu, Iseyin, Osogbo, Ilesha, Oyo e Ilé-Ifè.
Os iorubás deixaram uma presença importante no Brasil, e particularmente muito significativa no estado brasileiro da Bahia: "Os nagôs (iorubás) são ainda hoje os africanos mais numerosos e influentes neste estado (Bahia). Existiam aqui de quase todas as pequenas nações iorubanas. Os mais numerosos são os de Oyó, capital do reino de Iorubá, que naturalmente foram exportados ao tempo em que os haussás invadiram o reino, destruíram sua capital e tomaram Ilorin. Depois, em ordem decrescente de número vem os de Ijêsá, de que sobretudo há muitas mulheres. Depois os de Egbá, principalmente da sua capital Abeokutá. Em menor número são os de Lagos, Ketú, Ibadan. Apenas conheci um negro de Ifé. Conheço três de Iebú, dos quais o que estacionava todos os dias na porta do conhecido Bazar 65, de cujos proprietários foi escravo, acaba de falecer. Em geral, os nagôs do centro da Costa dos Escravos, os de Oyó, Ilorin, Ijêsá etc, são quase todos, na Bahia, muçulmis, malês ou muçulmanos, e a seus compatriotas se deve atribuir a grande revolta de 1835. Durante o último período da escravatura, os iorubás foram concentrados nas zonas urbanas, então em pleno apogeu; nas regiões suburbanas ricas e desenvolvidas do Norte e Nordeste, particularmente em Salvador e no Recife. Ligados pela origem mítica comum, pela prática religiosa e semelhança dos costumes, rapidamente os diversos grupos nagôs passaram a interrelacionar-se. Não perderam contato com a África, dada a intensa atividade comercial entre a Bahia e a Costa Africana".
Na mitologia iorubá o deus supremo é Olorun, chamado também de Olodumare. Não aceita oferendas, pois tudo o que existe e pode ser ofertado já lhe pertence, na qualidade de criador de tudo o que existe, em todos os nove espaços do Orun.
Há algumas variantes do mito da criação iorubá, mas de uma forma geral, há três principais raízes mitologicas, que ainda diferenciam-se em detalhes, mas que mantém uma linha central.
Em algumas, Obàtálá é o criador, não só do mundo, como também da humanidade, criando simultaneamente, no òrun (mundo espiritual) e no ayé (mundo material).
Em outras, Òduduwà cria o mundo após Obàtálá falhar na sua missão por haver embriagado com o emu (vinho de palma), restando a ele o poder da criação da humanidade, no òrun e no ayé.
Em outra variante, esta mais recente, é Òrúnmìlà (a divindade do oráculo Ifá), o criador da Terra, enquanto Obàtálá é o responsável pela criação da humanidade, em ambos os níveis
Na tradicional religião yorùbá e nas afrodescentes, o Ser Supremo é Olódùmarè1 que vive numa dimensão "paralela" a nossa, conhecida por òrun. Por isso também aclamado de Olórun, Senhor do Òrun, é o Criador do Òrun e do Àiyé, o universo conhecido e ou ainda desconhecido por nós. É o Ser Superior e Criador dos Òrìṣà e do Homem.2
- "Embora reconhecido e louvado como o Ser Supremo, para Ele não existe culto direto e nem templo individual. De acordo com os mitos da criação yorùbá, ele delega poderes aos Òrìṣà, como a Òrínṣànlá, (o grande òrìṣà funfun) o primeiro a ser criado, também chamado de Òrìṣà-nlá e principalmente de Ọbàtálá, em terras yorùbá.
As tentativas de adaptação dos conceitos teológicos e filosóficos de outras culturas não cabem na concepção teológica yorùbá do Preexistente, Olódùmarè, o gerador de todos os poderes, inclusive o maior deles, o Àṣẹ, o grande e divino poder, a potente força com a qual Olódùmarè criou, através dos Òrìṣà, o complexo Òrun-Àiyé.
A teologia yorùbá sobre Olódùmarè é completamente diferente de todos os conceitos existentes na teologia atual, e precisa ser reconsiderada pelos teólogos africanistas a partir de uma visão tradicional "africana" dos yorùbá. O conceito e a visão cristã e muçulmana do monoteísmo não encontra fundamento na religião dos yorùbá.
A religião tradicional yorùbá, assim como todas as religiões dela descendentes na diáspora, não se enquadra nos atuais conceitos teológicos importados e impostos pelos colonizadores e/ou pesquisadores estrangeiros. Estes, por sua vez, não são cuidadosos com os conceitos tradicionais, principalmente os escritores yorùbá aculturados e não tradicionalistas quanto à religião.
Assim, nenhum dos conceitos teológicos e filosóficos “importados” não podem, sequer por analogia, ser considerados para se estudar a forma e o modo da religiosidade dos yorùbá, devendo ser completamente expurgados." (Barretti Fº, 2012 (dados e recortes).3 Mais dados sobre o tema confira em Exu_(orixá), no tópico "Algumas Considerações".
Na tradicional religião yorùbá e nas afrodescentes, o Ser Supremo é Olódùmarè que vive numa dimensão "paralela" a nossa, conhecida por òrun. Por isso também aclamado de Olorun, Senhor do Òrun, é o Criador do Òrun e do Àiyé, o universo conhecido e ou ainda desconhecido por nós. É o Ser Superior e Criador dos Òrìsà e do Homem.
Orun é uma palavra da língua yoruba que define, na mitologia yoruba, o céu ou o mundo espiritual, paralelo ao Aiye, mundo físico. Tudo que existe no Orun coexiste no Aiye através da dupla existência Orun-Aiye.
Candomblé é uma religião derivada do animismo africano1 onde se cultuam os orixás, Voduns, Nkisis dependendo da nação. Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-brasileiras praticadas principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo, mas também em outros países como Uruguai, Argentina2 , Venezuela, Colômbia, Panamá, México, Alemanha3 , Itália, Portugal e Espanha4 5 .
Cada nação africana tem como base o culto a um único orixá. A junção dos cultos é um fenômeno brasileiro em decorrência da importação de escravos onde, agrupados nas senzalas nomeavam um zelador de santo também conhecido como babalorixá no caso dos homens e iyalorixá no caso das mulheres.
A religião que tem por base a anima (alma) da Natureza, sendo portanto chamada de anímica. Os sacerdotes africanos que vieram para o Brasil como escravos, juntamente com seus Orixás/Nkisis/Voduns, sua cultura, e seus idiomas, entre 1549 e 1888, é que tentaram de uma forma ou de outra continuar praticando suas religiões em terras brasileiras, portanto foram os africanos que implantaram suas religiões no Brasil, juntando várias em uma casa só para sobrevivência das mesmas. Portanto, não é invenção de brasileiros.6
Diz Clarival do Prado Valladares em seu artigo «A Iconologia Africana no Brasil», na Revista Brasileira de Cultura (MEC e Conselho Federal de Cultura), ano I, Julho-Setembro 1999, p. 37, que o «surgimento dos candomblés com posse de terra na periferia das cidades e com agremiação de crentes e prática de calendário verifica-se incidentalmente em documentos e crônicas a partir do século XVIII». O autor considera difícil para «qualquer historiador descobrir documentos do período anterior diretamente relacionados à prática permitida, ou sub-reptícia, de rituais africanos». O documento mais remoto, segundo ele, seria de autoria de D. Frei Antônio de Guadalupe, Bispo visitador de Minas Gerais em 1726, divulgado nos «Mandamentos ou Capítulos da visita».
Candomblé
Ilê Axé Iyá Nassô Oká - Terreiro da Casa Branca - casa mais antiga de Salvador Bahia |
Princípios Básicos Candomblé | Culto de Ifá Tambor-de-Mina | Terecô | Umbanda Religiões semelhantes Religiões Africanas Santeria Palo Arará Lukumí Regla de Ocha Abakuá Obeah |
Embora confinado originalmente à população de negros escravizados, inicialmente nas senzalas, quilombos e terreiros, proibido pela igreja católica, e criminalizado mesmo por alguns governos, o candomblé prosperou nos quatro séculos, e expandiu consideravelmente desde o fim da escravatura em 1888. Estabeleceu-se com seguidores de várias classes sociais e dezenas de milhares de templos. Em levantamentos recentes, aproximadamente 3 milhões de brasileiros (1,5% da população total) declararam o candomblé como sua religião.7 Na cidade de Salvador existem 2.230 terreiros registrados na Federação Baiana de Cultos Afro-brasileiros e catalogados pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA, (Universidade Federal da Bahia) Mapeamento dos Terreiros de Candomblé de Salvador.
Entretanto, na cultura brasileira as religiões não são vistas como mutuamente exclusivas, e muitas pessoas de outras crenças religiosas — até 70 milhões, de acordo com algumas organizações culturais Afro-Brasileiras — participam em rituais do candomblé, regularmente ou ocasionalmente.8 Orixás do Candomblé, os rituais, e as festas são agora uma parte integrante da cultura e uma parte do folclore brasileiro.
O Candomblé não deve ser confundido com Umbanda, Macumba, e/ou Omoloko, e outras religiões afro-brasileiras com similar origem; e com religiões afro-americanas similares em outros países do Novo Mundo, como o Vodou haitiano, a Santeria cubana, e o Obeah, em Trinidade e Tobago, os Shangos (similar ao Tchamba9 10 africano, Xambá e ao Xangô do Nordeste do Brasil) o Ourisha, de origem yoruba, os quais foram desenvolvidas independentemente do Candomblé e são virtualmente desconhecidos no Brasil.