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https://www.lognplay.com/#radio_131654_TEMPLO7 ( ILÉ OYÁ OMULÚ I ODÉ IBU )
 
ILÉ OYÁ OMULÚ I ODÉ IBU 
 
( TEMPLO 7 )+++++++
Mi Babá Odé I Òbá Ty Kètú
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Sr. ZÉ PILINTRA
Sr. ZÉ PILINTRA

 

 

 

 

ZÉ PILINTRA DO CRUZEIRO DAS ALMAS

 

Jose Emerenciano nasceu em Pernambuco. Filho de uma escrava forra com seu  ex-dono, teve algumas oportunidades na vida. Trabalhou em serviços de gabinete,  mas não suportava a rotina. Estudou, pouco, pois não tinha paciência para isso.  Gostava mesmo era de farra, bebida e mulheres, não uma ou duas, mas muitas.  Houve uma época em que estava tão encrencado em sua cidade natal que teve que  fugir e tentar novos ares. Foi assim que Emerenciano surgiu na Cidade  Maravilhosa. Sempre fiel aos seus princípios, está claro que o lugar escolhido  havia de ser a Lapa, reduto dos marginais e mulheres de vida fácil na época. Em  pouco tempo passou a viver do dinheiro arrecadado por suas "meninas", que  apaixonadas pela bela estampa do negro, dividiam o pouco que ganhavam com o suor  de seus corpos. Não foram poucas as vezes que Emerenciano teve que enfrentar  marginais em defesa daquelas que lhe davam o pão de cada dia. E que defesa! Era  impiedoso com quem ousasse atravessar seu caminho. Carregava sempre consigo um  punhal de cabo de osso, que dizia ser seu amuleto, e com ele rasgara muita carne  de bandido atrevido, como gostava de dizer entre gargalhadas, quando nas mesas  dos botecos de sua preferência. Bebia muito, adorava o álcool, desde a cachaça  mais humilde até o isque mais requintado. E em diversas ocasiões suas meninas o  arrastaram praticamente inconsciente para o quarto de uma delas. Contudo, era  feliz, ou dizia que era, o que dá quase no mesmo. Até que conheceu Amparo,  mulher do sargento Savério. Era a visão mais linda que tivera em sua existência.  A bela loura de olhos claros, deixava-o em êxtase apenas por passar em sua  frente. Resolveu mudar de vida e partiu para a conquista da deusa loura, como  costumava chama-la. Parou de beber, em demasia, claro! Não era homem também de  ser afrouxado por ninguém, e uns golezinhos aqui e ali não faziam mal a ninguém.  Dispensou duas de suas meninas, precisava ficar com pelo menos uma, o dinheiro  tinha que entrar, não é? Julgava-se então o homem perfeito para a bela Amparo.  Começou então a cercar a mulher, que jamais lhe lançara um olhar.

  Aos amigos dizia que ambos estavam  apaixonados e já tinha tudo preparado para levá-la para Pernambuco, onde  viveriam de amor. Aos poucos a história foi correndo, apostas se fizeram, uns  garantiam que Emerenciano, porreta como era, ia conseguir seu intento. Outros  duvidavam Amparo nunca demonstrara nenhuma intimidade por menor que fosse que  justificasse a fanfarronice do homem. O pior tinha que acontecer, cedo ou tarde.  O Sargento foi informado pela mulher da insistente pressão a que estava  submetida. Disposto a defender a honra da esposa marcou um encontro com o rival.  Emerenciano ria, enquanto dizia aos amigos: - É claro que vou, ele quer me dar a  mulher? Eu aceito! Vou aqui com meu amigo... - E mostrava seu punhal para quem  quisesse ver. Na noite marcada vestiu-se com seu melhor terno e dirigiu-se ao  botequim onde aconteceria a conversa. Pediu uísque, não era noite para cachaça,  e começou a bebericar mansamente. Confiava em seu taco e muito mais em seu  punhal. Se fosse briga o que ele queria, ia ter. Ao esvaziar o copo ouviu um  grito atrás de si: - Safado! - Levantou-se rapidamente e virou-se para o  chamado. O tiro foi certeiro. O rosto de Emerenciano foi destroçado e seu corpo  caiu num baque surdo. Recebido no astral por espíritos em missão evolutiva, logo  se mostrou arrependido de seus atos e tomou seu lugar junto a falange de Zé  Pelintra. Com a história tão parecida com a do mestre em questão, outra linha  não lhe seria adequada. Hoje, trabalhador nos terreiros na qualidade de Zé  Pelintra do Cabo, diverte e orienta com firmeza a quem o procura. Não perdeu,  porém a picardia dos tempos de José Emerenciano. Sarava Seu Zé Pelintra!